A degradação do mercado gerada pelo gasto público.

A expansão de base monetária surgiu como uma "tecnologia" militar. Em períodos de guerras o gasto público explodia e era impossível fazer a arrecadação via impostos cobrir as despesas de guerra.

A saída foi impor na população uma moeda de curso forçado, através da ameaça de violência policial e militar, e utilizar a criação de dinheiro do nada para cobrir as despesas do governo.

O sistema funcionou no seu objetivo de possibilitar o governo gastar o impossível e colocar todos os recursos da sociedade a disposição do governo. Porém criou-se uma série de efeitos colaterais na sociedade:

Degradação da qualidade dos produtos e serviços.

Quando a base monetária expande, a consequência lógica da super oferta de dinheiro na sociedade é o dinheiro depreciar em relação aos bens e serviços oferecidos. É uma simples questão de oferta e demanda, aplicada ao dinheiro.

Porém as pessoas na sociedade entendem o dinheiro como uma medida rígida do poder de compra, mesmo quem entende e estuda o funcionamento da moeda fiduciária, na hora de ir no supermercado apenas pensa no que seu dinheiro na carteira pode comprar.

As pessoas esperam que o seu poder de compra, se não pode ser aumentado, pelo menos permaneça inalterado mês a mês, e essa espectativa acaba refletindo nas suas escolhas como consumidores, e as escolhas dos consumidores refletem em toda a cadeia produtiva de bens e serviços.

Fica claro que o repasse dos preços ao consumidor é uma política empresarial que resultará na perda de clientes. O mercado exige dos produtores que escolham matérias-primas e serviços inferiores no processo produtivo para preservar o preço final ao consumidor. E quem se recusar a seguir essa tendência rapidamente vai estar praticando preços de venda fora de mercado e a falência seria inevitável.

O aumento de preços provocado pela expansão de base monetária não é tão drástico exatamente porque os produtos e serviços oferecidos em mercado estão perdendo qualidade e durabilidade como uma forma natural de não tornar a vida das pessoas rapidamente muito mais pobres e sem recursos.

Enquanto essa tendência alivia os problemas imediatos da população, ela naturalmente gera um grande empobrecimento de longo prazo, pois é exatamente no longo prazo que a perda de durabilidade e qualidade dos bens é sentida, refletindo o aumento da preferência temporal da população derivada da expansão de base monetária.

A degradação de bens e serviços apenas confirma a assinatura da ideologia keynesiana, consumir no presente e não deixar nada para o futuro. Esse tipo de degradação da sociedade que somos presenteados com a imposição de uma moeda de curso forçado. Até quando vamos trabalhar por um dinheiro que pode ser impresso a gosto pelo establishment?