Desde a criação do FED em 23 de dezembro de 1913, os EUA tem vendido ao mundo a ideia de que a democracia mesmo com seus possíveis defeitos é o melhor que podemos esperar em termos de um governo. E tem direcionado toda sua política diplomática e militar externa nesse fim, de livrar o mundo de ditaturas e estabelecer a paz democrática mundial.
A alternativa mais tradicional e comum a democracia eram as monarquias, que sua principal característica era de ter uma família no comando do governo de forma permanente onde ficava claro para toda a população quem era o governo (para quem os funcionários públicos trabalhavam) e quem eram os civis.
Os bancos centrais surgiram como uma ideia para possibilitar o governo gastar mais do que arrecada, funcionam da seguinte forma:
- O governo utiliza do seu monopólio policial e judicial para extorquir a população através de impostos.
- O dinheiro obtido é utilizado para financiar toda essa estrutura de expropriação e violência e seus servidores: policiais, juízes, intelectuais, professores, jornalistas, etc
- Todo gasto excedente é disponibilizado no mercado pelo banco central como títulos de dívida pública, que nada mais são que uma promessa de pagamento futuro do governo.
- Esses títulos não teriam qualquer valor de mercado (ninguém acredita que o governo vá pagá-los) se não fosse pelo fato do governo ter estabelecido com seu monopólio policial uma moeda de curso forçado na mesma fronteira do seu domínio político.
- O valor desses títulos está apenas no fato que existe um setor privilegiado na economia (o cartal bancário) que está autorizado, ao comprar esses títulos do governo, expandir na sua contabilidade o dinheiro disponível que emprestam. Por exemplo se "compram" 100 dólares em títulos de dívida, estão autorizados pelo banco central a emprestar 1500 dólares.
- Esse processo aumenta o número total de dólares em circulação (contas bancárias + moeda física) e pode ser tão rápido quão maior for os títulos de dívida disponíveis.
- O setor bancário necessariamente precisa ser um cartel (apenas algumas pessoas estão autorizadas por lei a realizar essa operação) pois caso contrário a concorrência para participar dessa bonanza iria criar um colapso imediato no sistema.
A democracia como implementada pelos EUA então se caracteriza por um poder político rotativo e um cartel bancário permanente. E sua doutrina nada mais é que uma inversão de quem é o poder absoluto no estado, agora ao invés de estar nas mãos de um rei, está nas mãos das famílias por trás dos bancos autorizados a expandir a base monetária.
E podendo criar dinheiro toda vez que o gasto público excede a arrecadação dos impostos é natural que o crédito disponível para empréstimos seja discriminado de forma a perpetuar o poder dessas famílias.
Para aumentar o gasto público e consequentemente a expansão de base monetária eles financiam políticos, jornalistas, professores, intelectuais, ativistas, e pessoas que convencem a opinião pública sobre temas como:
- Renovação da matriz energética.
- Crise climática.
- Homossexualismo.
- Feminismo.
A ideologia de Gramsci cai como uma luva nesse objetivo porque torna a população infantilizada e dependente, assim menos disposta a questionar o sistema e feliz com o gasto estatal.
Os grandes grupos empresáriais se quiserem ter acesso ao excesso de liquidez disponível no mercado necessariamente precisam estar alinhado a essas pautas. Os discursos dos líderes de Bacens pelo mundo funcionam como um guia para as empresas listadas em bolsa de onde direcionar os investimentos para ter acesso a esse crédito.
A guerra tem um sentido especial para o cartel bancário, porque não só aumenta o gasto público como é uma chance de destronar algum rei ou ditador pelo mundo, possibilitando estabelecer uma democracia no lugar.
Porém essa nova democracia teria suas reservas em dólares, sendo subjugada ao sistema financeiro americano (e aumentando seu poder de expansão de base monetária), em troca poderia utilizar uma moeda local para implementar uma camada de expropriação financeira sob sua população com o respaldo militar e metodológico dos EUA (controle da mídia, fraude em eleições e tudo que apenas um grupo no controle da moeda tem recursos para fazer para se perpetuar no poder).
E é exatamente o que se observou no mundo após a criação do FED:
- Primeira guerra mundial de 1914 até 1918 com a fuga do padrão ouro e democratização das monarquias européias.
- Segunda guerra mundial de 1939 até 1945 com o estabelecimento oficial do dólar como reserva de valor através do Bretton Woods em 1944.
- A guerra fria que ocorreu entre 1947 e 1991 serviu para estabelecer ditaduras pelo mundo, com o respaldo militar americano (por exemplo os países latino americanos) sob o pretexto de uma ameaça soviética, e terminam com democracias com o cartel bancário local tendo suas reservas em dólares e com moedas próprias garantindo alguma autonomia política local.
- A guerra do Golfo (1990), Kosovo (1999), Iraque (2003) com a morte do ditador local Hussain, A primavera árabe (2011) com a morte do ditador Kadafi da Líbia, serviram para avançar o imperialismo monetário americano em direção ao oriente e eliminar governos desalinhados com o modelo democrático americano.
- Atualmente estamos observando a ofensiva contra a Rússia através da guerra da Ucrânia, e um ataque americano ao Irã se desenhando nos eventos ocorrendo entre Israel e o Hamas.
Chamar essa sequência de eventos de paz democrática não sei se seria correto, talvez mais preciso seria chamar de imperialismo monetário do dólar.
Desde o Império Romano, França de Napoleão, até os EUA de hoje sem a expansão de base monetária é impossível criar uma nação imperialista, pois os gastos militares são extremamente elevados mesmo para quem tem poder de taxar a população.
Da mesma forma como a mídia e ataques terroristas (11 de setembro de 2001, ataque do Hamas a Israel) servem para convencer as pessoas através do medo da necessidade da guerra, a opinião pública contrária a guerra dificulta muito a ação militar desses grupos. Pessoas como Julian Assange que expuseram a natureza da guerra ao público foram tratados como inimigos de estado pelos EUA.
Explicar em termos simples como funciona o estado e retirar todos seus fundos do sistema financeiro é a única esperança para a paz e prosperidade mundial, não se trata de qualquer outra coisa se não dever moral de um ser humano íntegro.